sexta-feira, 29 de agosto de 2025

RICO, SOROS E O PARTIDO SOMBRA: UMA BATALHA PELO FUTURO DA AMÉRICA Por Josimar Salum

 

RICO, SOROS E O PARTIDO SOMBRA: UMA BATALHA PELO FUTURO DA AMÉRICA


Por Josimar Salum – Agosto de 2025


Em 27 de agosto de 2025, Donald J. Trump ganhou as manchetes ao exigir que George Soros e seu filho fossem processados sob a Lei RICO (Racketeer Influenced and Corrupt Organizations Act). Ele os acusou de financiar protestos violentos e orquestrar esforços coordenados para desestabilizar os Estados Unidos. Para muitos, os comentários de Trump soaram radicais. Para outros, ecoaram um alerta feito quase vinte anos atrás em um livro pouco conhecido: The Shadow Party, de David Horowitz e Richard Poe.


UMA REDE ALÉM DO PARTIDO DEMOCRATA


Publicado em 2006, The Shadow Party descreveu em detalhes como George Soros, através de seus bilhões, construiu uma teia de organizações projetadas para transformar a política americana de fora para dentro. Soros não era apenas um doador; ele era um arquiteto de influência. Ao injetar dinheiro em redes ativistas, órgãos de mídia e think tanks, criou o que Horowitz e Poe chamaram de uma estrutura de poder paralela — uma máquina política capaz de pressionar, contornar e até ditar a agenda do Partido Democrata.


O livro mostrou como grupos como MoveOn.orgCenter for American Progress e Media Matters — financiados ou influenciados por Soros — coordenaram mensagens, mobilizaram ativistas e direcionaram a conversa nacional. Era, nas palavras de Horowitz e Poe, um “partido sombra”: um partido dentro do partido, operando em grande parte fora da vista pública, mas exercendo enorme influência sobre políticas e eleições.


A ALIANÇA CLINTON E O JOGO DE LONGO PRAZO


Na época, os autores enfatizaram Hillary Clinton como figura central alinhada ao projeto de Soros. Ela e outras lideranças do partido se beneficiaram da mobilização de base e do poder midiático financiado por Soros. Embora o livro tenha sido publicado antes da ascensão de Barack Obama, sua análise antecipou como futuros líderes democratas utilizariam a infraestrutura construída por Soros.


A lição era clara: Soros não estava apenas financiando candidatos — ele estava reescrevendo o campo de batalha político em si.


POR QUE O RICO ENTRA NA CONVERSA


Lei RICO, aprovada em 1970, foi originalmente destinada a desmantelar a Máfia. Ela permite que promotores processem empresas ou organizações que pratiquem um padrão de atividades criminosas — desde fraude e suborno até lavagem de dinheiro.


O argumento de Trump é que a rede de Soros — quando financia protestos violentos, apoia campanhas coordenadas ou potencialmente manipula processos eleitorais — deveria ser investigada sob o mesmo arcabouço. Para isso, os promotores precisariam provar que a rede ultrapassou a linha do financiamento político legal e entrou na esfera de atividade criminosa organizada.


Críticos afirmam que Soros simplesmente financia causas progressistas dentro da lei. Mas Trump e outros sustentam que a natureza sistemática, organizada e global da influência de Soros corresponde ao espírito da Lei RICO: enfrentar entidades que agem acima da responsabilização, disfarçadas de empresas legítimas mas operando com intenções subversivas.


DE 2006 A 2025: A HISTÓRIA SE REPETE


Quase vinte anos após Horowitz e Poe alertarem sobre The Shadow Party, a convocação de Trump pelo uso da Lei RICO coloca Soros novamente no centro da política americana. As mesmas acusações — de que Soros financia agitação, enfraquece a soberania nacional e manipula estruturas democráticas — agora estão diretamente ligadas à mais poderosa arma legal que os EUA possuem contra empresas ou redes organizadas.


Se os promotores seguirão com tais acusações ainda não se sabe. Mas a convergência da retórica de Trump com a análise de Horowitz e Poe sugere que esse debate está longe de terminar.


A BATALHA MAIOR


O que está em jogo não é apenas o futuro de George Soros e de sua rede, mas a própria questão da responsabilização na democracia americana. Grandes fortunas privadas, atuando por meio de teias de ONGs e grupos ativistas, podem exercer influência ilimitada sobre eleições e políticas? Ou tal influência deveria ser investigada como uma forma de manipulação organizada que viola o espírito — senão ainda a letra — da lei?


Para Trump e seus apoiadores, a resposta é clara: o “partido sombra” descrito há quase duas décadas não é teoria, mas uma realidade viva que precisa ser confrontada. Para os defensores de Soros, trata-se apenas de filantropia e democracia em ação.


A história decidirá qual visão prevalecerá. Mas uma coisa é inegável: o choque entre Trump e Soros tornou-se uma linha divisória fundamental na luta pelo futuro da América.


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