segunda-feira, 14 de maio de 2012

PT, Brasil, Pregadores, Evangélicos e Políticas

O FUTURO DO PT

Por Lucia Hippolito

http://oglobo.globo.com/pais/noblat/luciahippolito/posts/2009/08/22/a-vitoria-dos-pelegos-215894.asp



A vitória dos pelegos

O PT nasceu de cesariana, há 29 anos. O pai foi o movimento sindical, e a mãe, a Igreja Católica, através das Comunidades Eclesiais de Base.

Os orgulhosos padrinhos foram, primeiro, o general Golbery do Couto e Silva, que viu dar certo seu projeto de dividir a oposição brasileira.

Da árvore frondosa do MDB nasceram o PMDB, o PDT, o PTB e o PT. Foi um dos únicos projetos bem-sucedidos do desastrado estrategista que foi o general Golbery.

Outros orgulhosos padrinhos foram os intelectuais, basicamente paulistas e cariocas, felizes de poder participar do crescimento de um partido puro, nascido na mais nobre das classes sociais, segundo eles: o proletariado.



O PT cresceu como criança mimada, manhosa, voluntariosa e birrenta. Não gostava do capitalismo, preferia o socialismo. Era revolucionário. Dizia que não queria chegar ao poder, mas denunciar os erros das elites brasileiras.

O PT lançava e elegia candidatos, mas não “dançava conforme a música”. Não fazia acordos, não participava de coalizões, não gostava de alianças. Era uma gente pura, ética, que não se misturava com picaretas.

O PT entrou na juventude como muitos outros jovens: mimado, chato e brigando com o mundo adulto.

Mas nos estados, o partido começava a ganhar prefeituras e governos, fruto de alianças, conversas e conchavos. E assim os petistas passaram a se relacionar com empresários, empreiteiros, banqueiros.

Tudo muito chique, conforme o figurino.

E em 2002 o PT ingressou finalmente na maioridade. Ganhou a presidência da República. Para isso, teve que se livrar de antigos companheiros, amizades problemáticas. Teve que abrir mão de convicções, amigos de fé, irmãos camaradas.

A primeira desilusão se deu entre intelectuais. Gente da mais alta estirpe, como Francisco de Oliveira, Leandro Konder e Carlos Nelson Coutinho se afastou do partido, seguida de um grupo liderado por Plínio de Arruda Sampaio Júnior.

Em seguida, foi a vez da esquerda. A expulsão de Heloísa Helena em 2004 levou junto Luciana Genro e Chico Alencar, entre outros, que fundaram o PSOL.

Os militantes ligados à Igreja Católica também começaram a se afastar, primeiro aqueles ligados ao deputado Chico Alencar, em seguida Frei Betto.

E agora, bem mais recentemente, o senador Flavio Arns, de fortíssimas ligações familiares com a Igreja Católica.



Os ambientalistas, por sua vez, começam a se retirar a partir do desligamento da senadora Marina Silva do partido.

Afinal, quem do grupo fundador ficará no PT?

Os sindicalistas.

Por isso é que se diz que o PT está cada vez mais parecido com o velho PTB de antes de 64.

Controlado pelos pelegos, todos aboletados nos ministérios, nas diretorias e nos conselhos das estatais, sempre nas proximidades do presidente da República.

Recebendo polpudos salários, mantendo relações delicadas com o empresariado.

Cavando benefícios para os seus.

Aliando-se ao coronelismo mais arcaico, o novo PT não vai desaparecer, porque está fortemente enraizado na administração pública dos estados e municípios. Além do governo federal, naturalmente.

É o triunfo da pelegada.

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Um amigo respondeu:

Portanto, o futuro do Brasil não é nada promissor, como dizem...

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Respondi:

O futuro do Brasil não é o futuro do PT, eu diria...



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Ele não refutou:

Josimar:

Espero que voce esteja certo !

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Eu lhe perguntei:

Crer é o mesmo que esperar? :)

É o que peço a Deus, é o que creio...

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No sentido da fé, sim, conforme Hb. 11 : 1 ( " ... certeza das cisas que se esperam..." ). Porem, quando a espera (esperança) baseia-se em alcançar benefícios próprios, portanto, desprovida de fé, então as consequencias são graves. Veja-se a declaração sobre o menosprezo do povo em relação à casa do Senhor, em Ageu 1 : 9 ("Esperastes o muito e eis que veio a ser pouco. . .).

Certamente, sua súplica está firmada na fé e nisso estamos juntos. Porem, temo pela postura de alguns "cristãos" que apoiam pensamentos humanistas e interesseiros. Não poderá o Senhor exercer juízo sobre uma nação, à semelhança do que houve com Israel ?



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Fiquei admirado som sua resposta e lhe escrevi:

Wow! Wow!

Creio no mesmo meu irmão. Infelizmente não somente o povo "ímpio", mas milhares de pastores e o "povo evangélico" agem da mesma forma. E o que dizer da grande (avassaladora) maioria dos políticos evangélicos? Falo por conhecimento (com os meus próprios olhos eu vi) dia e noite agindo como todos os outros.

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E ele me respondeu:

Josimar : O que vejo e ouço, cada vez que vou a S. Paulo, de certos "cristãos", me faz pensar que há mais interesses pessoais e políticos, do que verdadeiro compromisso de servir e batalhar, diligentemente, pela fé (Jd. 3).



Há inversão de valores e o Reino de Deus não está sendo priorizado, ou seja, buscado em primeiro lugar ! De minha parte, alem de clamar ao Senhor, não deixo de alertar colegas de ministério e irmãos, para que não se deixem enganar por palavras falsas e promessas "vantajosas" !

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Assim, por hoje terminamos nossa conversa - através de email(s):

Nasci em um lar, do interior mineiro, que se envolvia com a política do município. Vi muitos políticos famosos passarem pela casa de meu avô, visitei com meu pai gabinetes em Belo Horizonte de vários governantes sejam do Legislativo, Executivo e Judiciário, níveis estadual e federal. Meu pai foi Chefe de Gabinete de muitos prefeitos que sempre serviam ao interesse público, salvos alguns interesses partidários, mas todos honestamente. Lembro-me das histórias lindas que meu pai me contava sobre como diziam "não" para toda a oferta espúria de corrupção.

Quando adolescente, muitas vezes vi o Prefeito de minha cidade pagar do próprio bolso a hospedagem no hotel para poder economizar para a Prefeitura. Meu pai foi vereador por alguns mandatos, Presidente da Câmara; meu avô além de Vice-Prefeito e vereador várias vezes. Meu tio, José Jorge Salum também foi vereador. Política realmente era uma arte de apascentar a cidade.





Já adulto vim a ser coordenador de campanha de deputado e assessor parlamentar, para assistir outros deputados zombarem do deputado que representava, chamando-o de ingênuo, etc porque não se corrompia.

Dos 11 deputados estaduais evangélicos da época que trabalhei na Assembléia Legislativa, apenas 4 (quatro) realmente eram honestos; e um deles, era de fato esposo de uma irmã presbiteriana, considerava-se presbiteriano, mas um caráter ilibar. E mais um, católico carismático, também um exemplo.

Assisti estarrecido pastores apoiarem outros candidatos que lhes davam cimento e areia para a construção de seus templos. E tomei conhecimento e presenciei muitas outros fatos, histórias tristes...

Amo política, odeio a "política" partidária. Eu creio que Deus pode usar como já usou homens e mulheres para influenciar uma das mais importantes "montanhas" de influência e de cultura numa sociedade, que é a Política.

Quando disse que "espero", de fato quis dizer que "não tenho muita esperança, mas vamos ver como é que vai ficar."



CREIO que por causa de um homem que se coloque na "brecha" Deus salva uma nação, por causa de outro, Deus pode fazer nascer uma nação (uma nova nação) em um dia.

O evangelho que se tem pregado (massificado) no Brasil é um outro evangelho, como disse Paulo em Gálatas 1. É anatéma!

O Evangelho do Reino ou o Reino de Deus como referiu-se Jesus e os apóstolos "tem um pé" na eternidade e as duas mãos nos afazeres humanos de hoje, ele vivido, trasnforma a sociedade.



Sim, Renan, os valores do Reino não existem para uma grande maioria (Lembra que Jesus afirmou, muitos são chamados, poucos os escolhidos?... Também alerto os colegas com minhas palavras que escrevo e envio por todo o canal que encontro e pelos muitos encontros que tenho com dezenas deles durante o ano...

Em Junho de 2007 publiquei um artigo, num determinado momento de nossa história que expressou bem o que sentia naquela época.

http://jsalum.blogspot.com/2007/06/no-desisti-do-brasil.html

Muito bom conversar contigo. Muito obrigado por ter enviado aquelas palavras iniciais.

Um abração

Josimar

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