segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Carta ao Senador Cristovam Buarque sobre seu artigo "Depois da Lava-Jato..."

Depois da Lava-Jato Verdadeira e completa operação deve ser feita por eleitores - Senador Cristovam Buarque (PDT-DF) 

Nobre Senador Cristovam Buarque, Senado Federal Brasília, DF

Saudações calorosas!

Recebi seu artigo “Depois da Lava-Jato. Verdadeira e completa operação deve ser feita por eleitores”, de um amigo muito querido, Jorge Costa, um “petista” muito joia! Artigo apropriado. Muito obrigado por este deleite neste final de dia.

É, porém, igualmente vera a premissa: a corrupção das prioridades é potencializada pela corrupção velada dos desvios de dinheiros públicos. 

O financiamento das campanhas eleitorais dos últimos anos e nisto não está incluído somente a eleição de Lula e de Dilma, mas passando pelos presidentes anteriores como Collor e FHC estendem-se à eleição em todos os níveis nos estados e nos municípios brasileiros. Enfim, não bastou financiamento legalmente legítimo para as campanhas destes "ungidos", o financiamento "legal" apequenou-se pelos saques vergonhosos do que veio a tornar-se público, refiro-me aos perpetrados pelos caciques do PT, tesoureiros e nomeados de Lula e Dilma. Quanto a esta dupla, "nunca soube de nada."  E quanto aos vestígios claros do mesmo tipo de esquema aplicados a todos os outros presidentes que ao longo dos anos tem sido pelo menos denunciados pela imprensa, a compra de votos (suborno) no Congresso para aprovar matérias que tem perpetuado a corrupção das prioridades?

O termo que se usa no Brasil é "blindagem".  Blindar na "republiqueta" brasileira é deixar "rolar solto” todo o ato ilegal de corrupção de um símbolo político, tornado símbolo por ocupar um cargo alto como o de "presidente". Ou em nome da preservação das instituições democráticas numa vergonhosa ciranda de complacência em nome do faz de conta. Senador, nosso povo está cansado!

Os dois últimos presidentes receberam para suas campanhas milhões e milhões de reais, compraram votos de deputados para votarem seus projetos, fecharam contratos públicos em seus governos com as maiores empreiteiras do país concedendo-lhes obras e mais obras bilionárias tanto no Brasil e por influência direta também no exterior (Cuba, Venezuela, etc.), e dizem que não sabem de nada! Que o dinheiro grosso que entupiu os cofres de suas campanhas veio assim sem alarde. Declararam um valor na prestação de contas quando sabiam que o valor declarado não era suficiente para bancar o que bancaram na jornada de suas campanhas! E assim a origem do dinheiro tanto para as contribuições legais quanto as realizadas pelo caixa dois procedem da mesma fonte, dos cofres do povo brasileiro. E eles são inocentes! Convenha nobre Senador, é difícil de acreditar numa versão assim! Não é mesmo? Melhor para o Brasil, ironicamente, é que o PT capitaneado pelo Dirceu "traidor" da pátria foi muito além e a multiplicação de atos como estes fez derramar do caldeirão as espumas de suas sujeiras e vergonhas, da insanidade da avareza e das ganâncias sem limites e não há como negar mais.

É interessante que quase não aparecem nomes de mulheres envolvidas nestas gatunagens!  Passando por todos eles, pelo PT, PMDB, PSDB e por todos os outros que sangraram impiedosamente os cofres do povo para benefício próprio e no caso do PT e correlatos por um projeto comunista vigarista de poder, pela prostituição velada com os falsos capitalistas mais que selvagens, a mais corrupta das prioridades destes governantes é a própria reeleição, como é o caso de Dilma que mascarou as contas públicas, gastou o que não podia, mentiu vergonhosamente na campanha e pronto, sucumbiu o Brasil no que está ai agora para se eleger numa das mais duvidosas eleições de toda a história da democracia brasileira.

Diga-se de passagem, que a respeito do PSDB eu pessoalmente tomei conhecimento em Minas Gerais quando assessor parlamentar em 1997 as falcatruas de Romeu Queiroz, de um dos irmãos de Azeredo, o que foi Secretário da Casa Civil no seu governo, de José Militão, de Agostinho Patrus e “companhia” no mesmo assunto das empreiteiras, objeto de um processo iníquo e injusto - pela Corregedoria da Assembleia Legislativa de Minas Gerais - contra o saudoso deputado Raul Lima Neto. Esta história poderia contar depois! 
 
Nobre Senador, meu dilema é ter que desejar o "fora Dilma, fora PT, fora PMDB e companhias" sem ter como contar com muitos nomes de políticos que possam substituí-los que não sejam igualmente gatunos. Neste Congresso que está ai, vão faltar muito poucos. Vai sobrar posição e cargo para ser preenchido no Brasil. Precisamos de novos homens e de novas mulheres para substituir a maioria desta classe empedernida.

Passar o país a limpo vai ser muito difícil. Sim, é mesmo como o senhor disse e suplico: "É preciso também colocar na vida pública pessoas decentes, no comportamento e nas prioridades, capazes de fazer leis que impeçam a corrupção e que não apenas limpem, mas higienizem eticamente o país e para isso façam uma revolução educacional no Brasil." Leis que impeçam a corrupção? Faltam leis melhores, mas faltam homens e mulheres desta estirpe que o senhor invoca em suas palavras.

Ora, com que leis o Juiz Moro está colocando esta gentalha na cadeia? E quanto aos políticos, deputados, senadores como se sugere até os nomes de Renan Calheiros e Eduardo Cunha? Serão cassados se forem realmente culpados? Não estaremos entrando num beco sem saída? Quem vai cassar quem? As comissões de ética já cessaram suas atividades igualmente na Câmara e no Senado. Quem tem dúvidas de que sejam culpados? E isto por conta da consequência funesta das corrupções aqui citadas que fomenta uma completa descrença nas instituições pelo povo brasileiro e em seus líderes políticos.

Sim, é preciso seguir o que chamamos aqui nos Estados Unidos "Due Process", isto é, o devido processo legal, mas este processo não pode ser sequestrado pelo discurso da saída política apenas com conversa e diálogo substituindo o curso da Justiça na força da lei por outro pacto velado de impunidade. E quanto aos ministros dos tribunais superiores? Como acreditar neles, esses que foram indicados pelos políticos que hoje estão sendo acusados de corrupção?

Em outras palavras, vão sobrar muito poucos decentes do comportamento e das prioridades, no Congresso, nos Palácios, nas Câmaras, nas "alcadias" desde Brasília até os rincões mais interioranos do Brasil.
                                                                                    
Sim, claro que existem milhões de decentes que poderiam substituir esta gente ai que o senhor chama de “políticos.” Porque político, nobre Senador, é aquele que exerce a arte de apascentar a cidade, estes ai, parece que a maioria de seus colegas, somente entende da arte criminosa de apascentar a si mesmos.

Pois é, para passar o Brasil a limpo vamos precisar de um grande milagre. Milagre mesmo! Daqueles que só Deus pode fazer. Se quiser, é claro! Com a cooperação de cidadãos sérios como o senhor. Contudo, acredito no Brasil, porque nossa nação não é feita somente destes símbolos podres!

Desculpe-me os comentários se fui longe demais os tornando em desabafo. Mas a leitura de seu artigo realmente me levou a ver o Brasil nesta noite ainda que pela fresta de um muro espesso e alto chamado "imoralidade política". Sim, paradoxalemnte por esta fresta vi um raio de esperança. Sua luz ainda é pequena, mas a fresta vai ser rachada e o muro vai cair. E a luz brilhará qual Sol da Justiça, a qualquer hora do dia, no Planalto do Brasil!

Abração. Boa noite.

Josimar Salum Gouvea
josimar.salum@gmail.com


Boston, 10 de Agosto de 2015 (23 H)

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