quinta-feira, 3 de julho de 2025

O DEBATE SOBRE O SNAP E O PACOTE DE CORTE DE IMPOSTOS DE TRUMP: ENFRENTANDO A VERDADE SOBRE DEPENDÊNCIA E DIGNIDADE por Josimar Salum

 


O DEBATE SOBRE O SNAP E O PACOTE DE CORTE DE IMPOSTOS DE TRUMP: ENFRENTANDO A VERDADE SOBRE DEPENDÊNCIA E DIGNIDADE


Josimar Salum

3 de julho de 2025


No debate atual em torno do chamado “One Big Beautiful Bill”, também conhecido como o pacote de corte de impostos de Trump, um dos pontos mais controversos é a redução dos benefícios do Supplemental Nutrition Assistance Program (SNAP), popularmente conhecido como vale-alimentação (food stamps). Enquanto alguns consideram esses cortes cruéis, eu acredito que já estão mais do que atrasados e são fundamentalmente necessários para enfrentar uma cultura de dependência que está paralisando a sociedade americana.


Sejamos honestos: o estado de bem-estar social dos Estados Unidos foi muito além do seu propósito original de proteger os verdadeiramente necessitados — os idosos, os deficientes e as crianças — e se transformou em um sistema de assistência permanente para milhões de adultos saudáveis em idade produtiva. Isso não é compaixão. Isso é uma forma de escravidão.


Estamos testemunhando uma sociedade onde muitas pessoas dependem de benefícios públicos não porque estão realmente incapacitadas, mas porque é mais conveniente e menos arriscado do que buscar a autossuficiência. Essa cultura de dependência vem sendo reforçada há décadas por políticos que argumentam que qualquer redução nos benefícios causará “danos desnecessários”, mesmo para aqueles que são física e mentalmente capazes de trabalhar.


Contudo, a realidade é que o dano não vem de encorajar o trabalho — o dano vem de acorrentar as pessoas a um cheque de assistência, matando sua iniciativa e roubando-lhes a dignidade.



A Mão de Obra Ilegal: Um Contraste Revelador


Aqui vai uma dura verdade que poucos querem dizer em voz alta: milhões de imigrantes indocumentados conseguem trabalho neste país, muitas vezes nos empregos mais difíceis, pesados, mal pagos e menos protegidos que se possa imaginar. Eles colhem plantações, limpam prédios, abatem animais, fazem telhados, esfregam pisos — sem rede de proteção, sem assistência pública, e muitas vezes sob o medo constante de deportação.


Ainda assim, eles conseguem. Encontram trabalho. Sobrevivem.


Enquanto isso, milhões de cidadãos americanos adultos e saudáveis no SNAP, com muito mais proteções, muito mais opções e muito mais direitos legais, não conseguem. Permanecem no programa ano após ano, citando obstáculos que, embora reais em alguns casos, não são intransponíveis.


Por quê? Porque é mais fácil depender do SNAP do que arriscar-se e sair dessa zona de conforto.


Se imigrantes indocumentados conseguem trabalho — apesar das barreiras de idioma, do status legal, da ausência de benefícios e do medo constante — por que um adulto americano saudável não conseguiria o mesmo?


A resposta não está apenas na falta de oportunidade. Está na falta de vontade, moldada por um sistema que recompensa a passividade e pune a iniciativa por meio de “benefit cliffs” (perda abrupta de benefícios ao ganhar um pouco mais), burocracias intermináveis e discursos políticos que justificam a ociosidade como “proteção”.



O Estado de Bem-Estar Quebrado


A rede de proteção social americana nunca foi pensada para ser um estilo de vida. Ela foi criada como uma ponte, uma mão estendida, um degrau. Contudo, para milhões de adultos saudáveis e sem filhos, virou um alicerce permanente, retirando-lhes a motivação e o orgulho.


Sim, alguns realmente não podem trabalhar devido a graves deficiências físicas ou mentais. Eles merecem ajuda. Assim como os idosos e as crianças pequenas. Mas o argumento esmagador usado por políticos para proteger o SNAP em sua forma inchada atual é ideológico: eles veem um estado de bem-estar social grande como uma obrigação moral do governo.


Mas um estado de bem-estar não liberta as pessoas. Ele as escraviza. Torna-as permanentemente dependentes do governo. Rouba-lhes a dignidade pessoal, enfraquece as famílias e incentiva ciclos de pobreza de geração em geração.


Em contraste, o trabalho constrói orgulho. Mesmo o trabalho duro e mal remunerado, como o que os imigrantes indocumentados realizam todos os dias, desenvolve resiliência, habilidades, redes de relacionamento e autoestima. O trabalho ensina responsabilidade, disciplina e iniciativa. A assistência pública, quando se torna permanente, mata essas virtudes.



O Pacote de Corte de Impostos de Trump e a Reforma do SNAP


As propostas do pacote de corte de impostos de Trump para endurecer a elegibilidade do SNAP e aumentar as exigências de trabalho estão sendo atacadas como cruéis. Na verdade, são um alerta. Traçam uma linha clara:


proteger aqueles que realmente não podem trabalhar


incentivar aqueles que podem trabalhar a realmente fazê-lo


O projeto visa garantir que adultos saudáveis trabalhem 30 horas por semana para manter os benefícios. Críticos chamam isso de prejudicial. Eu chamo de libertador. Vai desafiar as pessoas a fazer exatamente o que os imigrantes indocumentados são obrigados a fazer — pegar qualquer trabalho disponível, mesmo que seja duro, inconveniente ou desagradável. É assim que as pessoas se levantam, passo a passo, da pobreza.


Sim, algumas pessoas terão dificuldades com cuidados infantis ou transporte. Mas esses não são obstáculos intransponíveis. Milhões de imigrantes provam todos os dias que onde há vontade, há um caminho. A diferença é que eles não têm plano B — não têm SNAP, não têm respaldo. Esse desespero vira motivação.



Restaurando a Dignidade por Meio do Trabalho


O trabalho é dignidade. O trabalho é crescimento. O trabalho é liberdade.


Um sistema que protege indefinidamente adultos saudáveis do trabalho não os protege — os destrói. Tira sua capacidade de ficar de pé, de lutar, de conquistar, de falhar e tentar de novo. É por isso que o estado de bem-estar, como está estruturado hoje, é um sistema quebrado. Ele não levanta as pessoas; ele as acorrenta.


As reformas do SNAP no pacote de corte de impostos de Trump não resolverão todos os problemas, mas são um começo crucial. Mandam uma mensagem: o governo ajudará aqueles que não podem ajudar a si mesmos, mas não carregará indefinidamente aqueles que não querem se ajudar.


Isso não é crueldade. Isso é justiça — e restauração da dignidade humana.


Se a América quiser permanecer forte, precisa quebrar essas correntes de dependência e confiar no seu povo — todo o seu povo — para trabalhar, lutar, prosperar e ficar de pé por conta própria, como todo ser humano livre deve fazer.


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