quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Não desisti do Brasil

Publicado pela Bate Papo Magazine:
Não desisti do Brasil!

Milhões de brasileiros estão enojados com a crise moral que escureceu os Palácios de Brasília e de todo o Brasil. É muito comum ouvir expressões como “o Brasil não tem jeito” numa desistência voluntária de quem esperou a paz, e viu a guerra; esperou o bem e experimentou só o mal.




Milhares de brasileiros desistiram do sonho Americano e retornaram ao Brasil na esperança de se reencontrar com algum elo do passado e recompor a vida. Poucos retornaram com condições de se estabelecer no país economicamente.

O choque cultural que sofre o imigrante que retorna a sua pátria talvez seja pior e mais complicado do que aquele choque que enfrentou quando chegou aqui nos Estados Unidos. A esperança e o trabalho árduo abasteceram o fogo da paixão de vencer todos os obstáculos, a impossibilidade de exercer a cidadania plena no país que os acolheu.

Quanto ao Brasil, como resultado imediato desta decepção fenomenal muitos se desembocam numa verborréia perniciosa de culpar a todos, atirando em todos por todos os lados.

Há uma miopia que faz com que não permite que esta gente boa enxergue além das crises e das dificuldades da existência coisas simples. Na agitação e no corre corre desenfreado pela conquista sempre passam por ignorados a flor no canteiro da rua, o pardal pousado no fio de luz e o sorriso brejeiro de um menino atrás de uma bola de papel em alguma rua empoerada do interior do Páis.




São estas coisas simples da vida que nos fazem ir além do que apenas apegar-se ao existencialismo da desesperança.

Muitos passam a generalizar o mal e a maldade como práticas comuns e afirmam em seu desvario que todo o homem é mentiroso, que não existe ninguém honesto – uns poucos talvez - e que o Brasil não tem jeito mesmo. Desistiram do Brasil. Desistiram de si mesmos.

Outros até que não desistiram dos Estados Unidos, mas impossibilitados de fixarem residência permanente pelas leis injustas e as perseguições discriminatórias resolvem relutantemente retornarem ao Brasil.

Quanto ao Brasil é preciso pouco esforço para encontrar gente que tem outros príncipios de vida, que não é corrupta, nem larápia e que vive com dignidade e honra nas terras brasileiras.

Estes seres humanos abençoados estão em todo o canto e são os que fazem da nação brasileira magnífica e do Brasil um grande país de cores vivas e de gente que sabe sorrir e brincar mesmo em meio aos embates da vida.

Gente campeã da solidariedade! Que esbanja talento, garra, sucesso e competência. Gente que constrói engenhosas invenções. Médicos, professores, enfermeiros, carpinteiros, pescadores, comerciantes, industriários, empresários, fazendeiros, trabalhadores rurais...




Estão em todos os cantos, ricos e pobres, de todas as raças, brasileiros e brasileiras de muitas descendências neste Brasil gigante, maior ainda pela grandeza desta gente.

O brasileiro não é malandro. Nem todos os brasileiros corrompem-se, nem todos roubam e matam.

Gente bendita que estão alí, na escola, na associação do bairro, na classe de corte e costura, na beira do rio onde as mulheres com seus filhos se encontram para lavarem suas roupas e jogar papo for a, ou se encontram ponto do ônibus, na feira de sábado e os jovens na pelada do final da tarde.

Gente, veja, as praças estão cheias de jovens namorando, moças e rapazes que sonham com sua vida em comum no casamento de seus sonhos. Moços e moças ainda se casam no Brasil.




E nas escolas crianças bem tenras em idade continuam pintando garranchos de cores sem sentido que expressam suas esperanças.

Um dia milhares de jovens vão surpreender a todos num Brasil de paz e justiça.

É muita falta de conhecimento achar que o Brasil é só violência, gangues, tráfico, balas perdidas, máfia de drogas e crime organizado.

É muita ignorância achar que o Brasil é feito de politicos corruptos, de traficantes, deliquentes, pastores ladrões, padres tarados e por ai você pode fazer crescer a lista e chegar a 10 milhões.

Acrescente nomes e canse de contar até chegar em 50 milhões. Que nesta lista você não seja achado. É o que conta. É o que importa. Verdadeiramente não são 50 milhões o número daqueles. Não é do jeito que muita gente movida pelo pessimismo, pelo negativismo e pelo mal humor pensa. Não é mesmo!




E esta gente boa que a cada dia retorna ao Brasil, deixa os Estados Unidos com seus problemas econômicos e sua recessão teimosa, tem um cantão enorme para poder escolher seu pedacinho ao redor de familiares e amigos saudosos, para uma economia crescente ainda que movida á crédito e enchendo uma bolha. Quanto a isto, ora, por enquanto deixa para lá!

Na vida não há coisa melhor do que escrever crônicas. Coisa boa é criticar quem quer que seja. Ter direito de ficar de luto e dar risadas quando quiser. De matar e enterrar o Brasil. De esquecer os Estados Unidos mesmo que não seja pra sempre.

Quanto a mim não vou desistir do Brasil e não quero desistir da América.



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